AS TRÊS FESTAS
(23:14-19)
14) TRÊS vezes no ano
me celebrareis festas.
Comentário
AS TRÊS
GRANDES FESTAS ANUAIS DO ANTIGO ISRAEL
Páscoa (ou festa dos pães ázimos),
Pentecostes (ou festa das semanas) e
Tabernáculos (ou festa das tendas) eram as três grandes festas de peregrinação
do Antigo Israel.
1. Páscoa – Na Bíblia a celebração da
páscoa se confunde com a festa dos ázimos. Ao que parece, teve origem numa
festa pré-israelita celebrada na primavera, mais tarde convertida numa
celebração nacional. Muito sediscute a respeito da palavra hebraica pessah (pronuncia-se
pessar). Sua etimologia normalmente é buscada na palavra passah (saltar,
pular):
Texto hebraico transliterado: bibleworks
O destaque é por minha conta
Há quem sugira ligação com o acádio
pašâhu (acalmar, apaziguar). Outros defendem que seja a transcrição de uma
palavra egípcia que significa “golpe”, uma referência a décima praga (em Ex 1,1
é dito que Yahweh desferirá “ainda mais um golpe sobre Faraó”).
Apesar de sua origem pré-israelita,
entre os hebreus a páscoa adquiriu um novo significado: era a ocasião de
celebrar os poderosos atos de Javé para com Israel. De acordo com Milagro
Nadal:
É preciso buscar as origens da Páscoa
numa festa de pastores transumantes que na lua cheia de primavera abandonavam o
acampamento de inverno e ofereciam a seus deuses o sacrifício de uma rês
buscando sua proteção. Com seu sangue untavam os postes da tenda para afastar
um “gênio maléfico” que receberia mais tarde o nome de “Exterminador”[1].
O sangue do
cordeiro nos umbrais tinha valor apotropéico: proteger as pessoas e os animais
do demônio do deserto [2]. A festa dos pães ázimos, mais tarde anexada à
tradição do Êxodo, tinha evidente origem agrícola. A união entre Páscoa e a
festa dos pães Ázimos (sem fermento) teria sido feita pela tradição sacerdotal.
A Páscoa seria o resultado da união entre uma festa celebrada por pastores e
agricultores, como defende Schmidt:
A festa da Páscoa e dos pães ázimos
tem sua origem na junção de um rito nômade e uma festa agrícola; assim, na
origem, nenhuma das duas festas é israelita ou está relacionada com javé. Ambas
estão relacionadas com o ritmo da natureza, o retorno das estações do ano [3].
2. Pentecostes – Celebrada cinquenta
dias após a páscoa (daí a expressão grega pentecostes), essa festa aparece como
denominação grega da festa das semanas (Ex 34:22) Na festa eram oferecidos pães de farinha nova
assados com levedura. É uma festa de caráter agrícola.
3. Tabernáculos – Também chamada de
“tentas” ou “cabanas” (hb. Sukkôt), era uma das mais importantes festas
celebradas pelos israelitas. Josefo a considerou “a festa mais santa e mais
importante dos hebreus” A celebração
dura sete dias, conforme Lv 23:42 e tem como objetivo lembrar o período em que
o povo hebreu viveu como peregrino no deserto.
Outras festas importantes são: O dia
das expiações (yom Kippur, Lv 16), a festa da dedicação (hanukkah, e o purim (do
hb. pur, sorte)).
FESTAS
JUDAICAS
(EX 23:14; LV 23:2; NM 15:3).
15) A festa dos pães asmos guardarás, sete dias comerás pães asmos, como te
ordenei, ao tempo apontado, no mês de abibe,
pois nele saíste do EGITO.NINGUÉM apareça de mãos vazias perante mim.
COMENTÁRIO
Pães asmos. CONTINUAÇÃO da festa da páscoa, na
qual se dava graças a DEUS pela
libertação da escravidão.
A SEMANA DOS PÃES ASMOS
1.
Significado histórico Do ponto de vista
histórico, a Festa dos Pães Asmos (ou dos pães sem fermento) assume, no
conjunto das solenidades ordenadas pelo Senhor YHWH um significado importante
na vida da congregação, o Israel de YHWH. Ao longo dos tempos podem ser
encontrados registros de acontecimentos na vida do povo de YHWH que, pela sua
importância e significado ainda hoje devemos recordar, particularmente porque
eles foram determinados por YHWH. Eis alguns: a) A primeira Páscoa celebrada
ainda no Egipto implicava, desde logo, que o povo que haveria de ser libertado
com mão forte pelo Senhor, comeria o cordeiro assado com ervas amargas, os
sapatos nos seus pés, os seus cajados em suas mãos e o comeriam com pães ázimos
(ou pães não levedados). Comeriam a Páscoa apressadamente, como quem se apressa
para iniciar uma longa jornada. Este preceito divino foi estabelecido por
estatuto perpétuo para toda a nação de Israel – Êxodo 12:11, 14. A nação de
Israel (e muitos outros povos com ela) saiu do Egipto na manhã do dia seguinte
ao sacrifício da 1ª Páscoa, conforme nos diz em Números 33:3: “Partiram, pois,
de Ramessés no primeiro mês, no dia quinze do primeiro mês; no dia seguinte da
páscoa saíram os filhos de Israel por alta mão, aos olhos de todos os
egípcios”. 2 b) Assinala-se ainda que a passagem do Mar Vermelho a pé enxuto
tenha ocorrido no último dia da semana dos asmos. Após a exterminação dos
exércitos do faraó nas águas, YHWH completou a libertação deste povo, cumprindo
a Sua promessa de libertação do jugo da servidão (no nosso caso, o jugo da
servidão ao pecado do qual fomos libertados pelo sangue do Cristo). c) Após
peregrinar durante 40 anos no deserto, a nação de Israel entrou na terra que o
Senhor YHWH lhe havia prometido, onde, no período dos asmos se produziu a
miraculosa conquista da cidade de Jericó – o “Anjo de YHWH” entregou esta
cidade nas mãos de Israel. No dia 10 do mês primeiro Israel atravessou o Rio
Jordão a pé enxuto também – Josué 4:19. O mesmo livro de Josué 5:10-12
revela-nos que o povo celebrou a Páscoa aos 14 à tarde, conforme ao preceito de
YHWH, frente a Jericó, tendo também comido pães asmos e espigas tostadas,
apanhadas no campo. Aqui terminou o período em que foram alimentados com o maná
dos céus. Nos primeiros seis dias dos asmos cercaram a cidade tocando 7 buzinas
e ao sétimo dia, YHWH derrubou os muros da cidade, como lemos em Josué 6:3-4:
“Vós, pois, todos os homens de guerra, rodeareis a cidade, cercando-a uma vez;
assim fareis por seis dias. E sete sacerdotes levarão sete buzinas de chifres
de carneiros adiante da arca, e no sétimo dia rodeareis a cidade sete vezes, e
os sacerdotes tocarão as buzinas”. (No 7º dia dos asmos Jericó foi entregue na
mão de Israel. d) Ao tempo determinado por YHWH, o povo de Israel cumpriu o
preceito que lhe foi dado, conforme a Êxodo 13:6-10: “Sete dias comerás pães
ázimos, e ao sétimo dia haverá festa a YHWH. Sete dias se comerá pães ázimos, e
o levedado não se verá contigo, nem ainda fermento será visto em todos os teus
termos. E naquele mesmo dia farás saber a teu filho, dizendo: Isto é pelo que
YHWH me tem feito, quando eu saí do Egito. E te será por sinal sobre tua mão e
por lembrança entre teus olhos, para que a lei de YHWH esteja em tua boca;
porquanto com mão forte YHWH te tirou do Egito. Portanto tu guardarás este
estatuto a seu tempo, de ano em ano”. e) Quando YHWH indica aos filhos de
Israel que três vezes no ano deveriam celebrar festa, Ele torna a repetir: “A
festa dos pães ázimos guardarás; sete dias comerás pães ázimos, como te tenho
ordenado, ao tempo apontado no mês de Abibe; porque nele saíste do Egito; e
ninguém apareça vazio perante mim” Êxodo 23:15; Deuteronômio 16:16; 2.Crônicas
8:13; 35:17. f) De resto, muitas das ofertas ao Senhor sobre o altar eram
feitas com pães ou bolos ázimos, i.e. sem fermento: Êxodo 29;2, 23; Levítico
2:4, 7:12, Juízes 6:19- 21, etc.. g) Outro grande acontecimento histórico
ligado à semana dos pães asmos ocorreu com a rededicação do povo de Israel ao
Senhor YHWH no tempo dos reis Ezequias (2.Crônicas cap. 29 a 31) e Josias (2.Crônicas
cap. 34 e 35). 3 h) No entanto, o maior acontecimento histórico que se
repercute até hoje e também no futuro na vida de todos os que abraçam o
concerto com YHWH, através do Seu Ungido, O Messias Yeshua, é a Sua
ressurreição, ocorrida precisamente durante a semana dos asmos. A Sua
ressurreição ocorreu no final do dia do Sábado semanal (antes da alvorada do 1º
dia da semana), após ter cumprido o sinal dado através do profeta Jonas: 3 dias
e 3 noites no seio da terra. Jesus é- nos também apresentado como o “pão do
céu”, o “pão da vida” sem fermento. i) Os Seus discípulos cumpriram igualmente
o estatuto dado a Israel, como nos revela Actos 12:3 e 20:6. j) Não nos podemos
ainda esquecer que o Senhor YHWH instituiu estas solenidades como “um memorial”
entre Ele e o Seu povo de Israel. Memorial de tudo o que este povo passou no
Egipto e memorial da sua libertação. Todos hoje aspiramos também a entrar na
“terra prometida” se formos fiéis até ao fim, i.e. a fazermos parte da
Jerusalém celestial. É pois um memorial das promessas do Senhor YHWH. Estas
promessas partem de Abraão e cumprir-se-ão quando O Rei Eterno for entronizado
em Jerusalém e, no final do Milênio, quando Ele entregar o reino ao Pai. k) Por
último, e também do ponto de vista histórico, lembremos que antes da primeira
Páscoa ter sido ordenada por YHWH ao Seu povo na noite em que foi libertada com
mão forte do Egipto, da escravidão, já a prática dos pães/bolos ázimos existia.
Leiamos o que se passou com Ló quando receberam em sua casa, em Sodoma, os dois
anjos enviados por YHWH: Genesis 19:3 – “E porfiou com eles muito, e vieram com
ele, e entraram em sua casa; e fez-lhes banquete, e cozeu bolos sem levedura, e
comeram”. Ora, sendo Ló um homem abastado e tendo preparado banquete para os
seus hóspedes (anjos), que razão poderia haver para oferecer bolos sem
levedura? Deixamos esta questão em aberto, pois a Bíblia não especifica a razão
de tal acontecimento. Só nos diz que aqueles bolos eram ázimos. 2. O estatuto
do Senhor YHWH sobre o fermento na semana dos asmos e o seu significado
espiritual para as nossas vidas Como já antes vimos, o estatuto de YHWH
estabelece que a celebração da semana dos pães asmos tem carácter perpétuo. A
duração dessa celebração é de uma semana, começando na própria noite em que se
come a ceia do Senhor, sendo já esse dia o correspondente ao 1º dia da semana
dos asmos, por a ceia ocorrer após o pôr do sol de 14 de Abib, i.e. No dia a
seguir àquele em que o cordeiro é sacrificado. Diz-nos então em Êxodo 12:15:
“Sete dias comereis pães ázimos; ao primeiro dia tirareis o fermento [SH’OR]
das vossas casas; porque qualquer que comer pão 4 levedado [CHAMETZ], desde o
primeiro até ao sétimo dia, aquela alma será cortada de Israel”. Ora, o
mandamento de YHWH não aponta para que não devemos comer pão ázimo somente no
primeiro dia desta semana mas em todos os sete dias desta semana especial. Tal
preceito é-nos transmitido também com toda a clareza em Êxodo 12:18: “No
primeiro mês, aos catorze dias do mês, à tarde, comereis pães ázimos até vinte
e um do mês à tarde”. De resto, devemos perguntar com toda a legitimidade
escritural: porque razão haveríamos de comer pão asmo no primeiro dia desta
solenidade instituída pelo nosso Deus YHWH a qual celebra a nossa libertação do
Egipto espiritual em que vivemos hoje e não o comer nos restantes dias desta
semana? Embora digamos que queremos viver pelos asmos da sinceridade (e nenhum
homem tem condições para colocar em causa a sinceridade que pode estar no
coração de cada um), negamos o mandamento de Deus, que é tão explícito, se
pretendermos comer esse pão especial somente no primeiro dia, acabando assim
por invalidar o mandamento. Êxodo 34:18 confirma-nos o entendimento de que se
devem comer pães ázimos durante os sete dias da festa: “A festa dos pães ázimos
guardarás; sete dias comerás pães ázimos, como te tenho ordenado, ao tempo
apontado do mês de Abibe; porque no mês de Abibe saíste do Egito”. Igual ensino
nos é dado em Deuteronômio 16:1-8; 2.Crônicas 30:21. Este mesmo entendimento
perpassa pelas palavras dos profetas também. Vejamos o que nos ensina Ezequiel
45:21: “No primeiro mês, no dia catorze do mês, tereis a páscoa, uma festa de
sete dias; pão ázimo se comerá”. Ora, como vemos, o pão ázimo era comido
durante toda a festa dos sete dias. Vamos agora analisar melhor o conceito da
palavra fermento segundo o seu significado em hebraico: SH’OR deriva de SHAW’AR
que significa “deixar de fora, sobras, restos”. Esta expressão descreve a
porção de massa com fermento ativo que era deixada de fora para utilização no
próximo fabrico de pão. A expressão referida na passagem de Êxodo 12:15 acima
transcrita é tashbitu sh’or. TASHBITU vem de SHABBAT e significa “parar, deixar
de”. Daí o significado: “Parar de, deixar de fora”, ou seja deixar de pôr de
lado a dose de fermento ativo para o fabrico de pão do dia seguinte. Sem esta
dose de fermento a massa para o fabrico de pão levaria muito mais tempo a
fermentar – Êxodo 12:34, 39: “E o povo tomou a sua massa, antes que levedasse
[CHAMETZ], e as suas amassadeiras atadas em suas roupas sobre seus ombros... E
cozeram bolos ázimos da massa que levaram do Egito, porque não se tinha
levedado [CHAMETZ], porquanto foram lançados do Egito; e não se puderam deter,
nem prepararam comida”. SH’OR é muitas vezes confundido com CHAMETZ, mas
CHAMETZ não é o fermento em si, mas sim qualquer massa já levedada – neste caso
o pão ou a massa do mesmo. A palavra CHAMETZ, como é normal nas palavras
hebraicas é uma palavra que 5 assume vários significados. Um deles é “ser
azedo”. É esse o sentido que se aplica quando falamos de massa CHAMETZ. Esta
massa diz-se azeda porque sofreu a ação da fermentação. Aliás, SH’OR também não
é fermento, não no sentido em que nós hoje o entendemos, mas sim o pedaço de
massa “azeda” que era posto de parte para iniciar a fermentação da massa
correspondente ao fabrico de pão seguinte. Hoje sabemos que aquilo que se
entende por fermento é um conjunto de bactérias que existem no ar. Este
conceito não existia nos tempos antigos. A própria Palavra de Deus nos dá a
entender que o SH’OR era algo que era visível. Tinha de o ser para que pudesse
ser posto fora de casa. “Sete dias se comerá pães ázimos, e o levedado
[CHAMETZ] não se verá contigo, nem ainda fermento [SH’OR] será visto em todos
os teus termos.” (Êx 13:7) Como é evidente por esta passagem o próprio SH’OR
era algo visível o que nos leva a concluir que a sua tradução por fermento é um
tanto ou quanto infeliz na medida em que o fermento não se vê. Não vamos agora
pensar que os israelitas tinham uma latinha de fermento Royal nas despensas e
que era a isso que a passagem se refere. Aliás, o “fermento” Royal não é
fermento ativo. Note-se que não é apenas o SH’OR que temos de pôr fora de casa,
mas também o CHAMETZ. Esta é a única passagem que o refere, pois todas as
outras falam apenas em pôr o SH’OR. No entanto, o princípio por detrás de pôr
quer o CHAMETZ quer o SH’OR fora de casa conforme os judeus fazem é
compreensível e é quase universalmente entendido como uma questão de precaução
para evitar que, por distração ou tentação comamos CHAMETZ1. Afinal, se não
tivermos CHAMETZ em casa não o podemos comer, da mesma maneira que sem SH’OR
não se pode fazer CHAMETZ. O mandamento consiste em que se coma MATZAH (pão
feito de massa não levedada). Diga-se de passagem, que a palavra MATZAH,
contrariamente à palavra CHAMETZ que significa “ser azedo”, significa “ser
doce”. Esta designação apenas é válida quando aplicado à massa, porque se trata
de uma massa que não levedou. Lembremos que este MATZAH é uma imagem do próprio
corpo de Cristo, o pão da vida, sem fermento, i.e. sem pecado – João 6:35,
48-51; Lucas 22:19. Lembremos ainda que o significado das palavras hebraicas
MATZAH (pão ázimo) e MITZVOT (mandamentos) estão intimamente ligados, sendo
mesmo sinônimos, pois significam o ensino puro, não adulterado da Tora que nos
é dada por YHWH (O Messias é a Palavra, a Tora encarnada) pelo que podemos
dizer que Yeshua é o Pão não levedado da Tora. 1 Vemos isto claramente em Êx
12:15 que diz: “ao primeiro dia tirareis o fermento [SH’OR] das vossas casas;
porque qualquer que comer pão levedado [CHAMETZ]..” Claramente o objetivo por
detrás da remoção do SH’OR, era evitar que se viesse a comer CHAMETZ. 6 Uma vez
cozida, qualquer massa de pão que tivesse contido fermento deixa de o ter na
sua forma ativa, pois o fermento morre com a cozedura. Porém, os “restos
mortais” desse fermento permanecem na massa e são indissociáveis dela; daí que
YHWH nos diga para comermos pão sem fermento para não ingerirmos esses “restos
mortais”. Segundo o ensino rabínico, a preparação da massa sem fermento deve
ser feita até ao máximo de 18 minutos, momento em que deve ser cozida pois, se
não for logo cozida, começam a produzir-se certos processos químicos que
conduzem à fermentação da mesma - o calor elevado para o processo de
fermentação. O tempo é o ingrediente principal que leva a massa a fermentar e
este tempo é escasso. Um outro ensino que podemos retirar da semana dos pães
asmos é que nós somos a farinha (o pó da terra) e a água com que este pão é
preparado é sinônimo do Espírito de Deus. A mistura dos dois produz um pão sem
fermento, sem pecado. 3. Como devemos então cumprir este mandamento hoje?
Retirando das nossas casas quaisquer tipos de massa com fermento (levedura)
quer ativo (SH’OR) quer inativo (CHAMETZ) e não comendo quaisquer massas
levedadas. Digo particularmente ‘massas’ porque este preceito não se deve
aplicar ao vinho (podemos estudar este assunto separadamente) nem a quaisquer
outros alimentos que sofram a acção de leveduras como sejam, iogurtes, queijos,
cerveja, etc2 . As palavras SH’OR e CHAMETZ são bem específicas na sua
aplicação a massas, logo os alimentos abrangidos por estas palavras são apenas
o pão, bolos e bolachas que, de uma maneira geral são CHAMETZ, ou seja
fabricados a partir de massa levedada. O povo de Israel ainda hoje come a sua
Páscoa (a refeição tradicional, o “seder”, tal como Jesus e os apóstolos o fizeram)
com base no cordeiro com ervas amargas, no MATZAH (pão sem fermento) e no
vinho. Um outro aspecto prático acerca do cumprimento deste mandamento é o que
fazer a coisas como as já referidas latinhas de “fermento” Royal ou bicarbonato
de soda uma vez que claramente não estão literalmente abrangidas pelo
mandamento. Porém, como qualquer destas coisas pode ser usada para fazer
levedar uma massa, não faria muito sentido ter a preocupação de colocar o SH’OR
fora de casa (algo que aliás poucos terão em casa hoje em dia uma vez que o pão
se compra já feito) e deixar estes produtos que podem ser usados para o mesmo
efeito. No caso particular das populações urbanas podemos dizer que estes
produtos modernos são o SH’OR dos nossos dias. Logo, tal como o SH’OR, deve ser
igualmente excluído. No entanto, convém reforçar aquilo que já dissemos
anteriormente. O mandamento central por detrás desta solenidade é que não se
coma CHAMETZ. Colocar o SH’OR e 2 Ao examinarmos passagens relativas às Leis
sacrificais vemos que Chametz era proibido (Êx.23:18,34:25, Lv.2:11,6:17,
Lv.7:13,23:17) ao mesmo tempo que vinho e cervejas eram permitidos (Números 28)
7 o CHAMETZ fora de casa eram meios para evitar que se viesse a comer CHAMETZ.
Por essa razão, é normal assistirmos a duas posturas distintas quanto ao
cumprimento deste mandamento. A primeira é a daquelas pessoas que retiram e
deitam fora quaisquer vestígios de SH’OR e CHAMETZ de suas casas durante o
período da Festa. A segunda é a daquelas pessoas que simplesmente guardam esses
artigos numa arrecadação ou garagem por forma a garantir que não os comem
durante o período da festa voltando a repô-los no final. É evidente que a
primeira postura é a mais literal e a que cumpre mais fielmente o mandamento,
mas a segunda também é justificável uma vez que cumpre o propósito de evitar
que se coma CHAMETZ durante o período dos Asmos. Ainda assim, é nossa opinião
que a primeira opção é a mais fiel às Escrituras e como tal preferível à
segunda. Nos casos em que um crente se veja impossibilitado de cumprir o
mandamento na íntegra (por estar casado com um cônjuge descrente, por exemplo),
nada o deve impedir de o cumprir na sua essência, não comendo CHAMETZ durante
esse período (ainda que mantendo-o em casa), porque assim está a colocar no seu
coração o preceito que YHWH estabeleceu, e a não ingerir alimentos levedados.
Reparemos agora que a semana dos asmos é iniciada com um Sábado anual e
encerrada com outro. Para além da nossa preocupação de obediência em todos os
dias da nossa vida, nesta semana com dois Sábados anuais e em que recaiu a
ressurreição de Cristo e se celebra a Festa das Primícias da qual queremos ser
parte integrante para a vida eterna, YHWH chama-nos para um exercício especial
de purificação. Em 1.Pedro 1:16, o Senhor recomenda-nos: “Sede santos, porque
Eu Sou santo”. Ora sermos santificados é o verdadeiro propósito das nossas
vidas em Cristo para que morramos para o pecado e passemos a viver para a
justiça (Leis) de Deus, como nos diz Paulo. 4. O Aspecto Espiritual Espiritualmente,
muitas são as formas de fermento que o homem pode abrigar no seu coração. Entre
outros, podemos identificar os seguintes: o fermento dos fariseus que é a
hipocrisia, a descrença, a resistência à Palavra de Deus, os ritualismos mortos
(entendamos que a observação da semana dos asmos não é um ritualismo morto),
etc. o O fermento da sensualidade carnal que busca, em primeiro lugar, os
prazeres desta vida, tal como foi revelado na igreja de Corinto o O fermento do
orgulho e da desobediência Muitos mais poderiam ser enumerados ainda.
Repudiando estes e outros fermentos velhos, ou do velho homem que ainda não
nasceu de novo, somos ensinados a viver com os asmos da sinceridade e da
verdade, os quais envolvem um coração humilde e sincero perante Deus, um coração
que já se entregou à Sua vontade, como nos diz em Josué 24:14 – “Agora, pois,
temei a YHWH, e servi-O com sinceridade e com verdade”, isto é, “fazei o que eu
vos digo”, como nos diz também em 1.Coríntios 5:7-8. Estas duas passagens
centram a nossa atenção no temor à vontade de YHWH, reverenciando-O, e
servindo-O em sinceridade e verdade, i.e. “com os ázimos da sinceridade e da
verdade”. 8 Nós somos o Templo de Deus e, por isso mesmo, temos que colocar
diligência em nos limparmos de tudo o que pode desagradar ao nosso Deus.
Através da fé nas Suas promessas e do amor que já Lhe retribuímos (por tudo o
que Ele fez por nós), devemos revelar a nossa obediência à Sua vontade (para
isso Ele nos legou um cânone escrito), a qual se encontra expressa nos Seus mandamentos
e Estatutos, como nos instrui também Josué 1:8 – “Não se aparte da tua boca o
livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de
fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o
teu caminho, e serás bem sucedido”. A expressão física de não comermos nada
levedado durante essa semana não deve representar mais do que a nossa resposta
espiritual (a que parte do nosso coração agradecido), a qual é reveladora
também da nossa entrega, desejando, assim, limparmo-nos do fermento velho (toda
a sombra de pecado e desobediência que ainda possam existir nas nossas vidas).
Podemos ainda encontrar importantes analogias espirituais na observação desta
solenidade do Senhor. De entre elas destacamos: Que devemos viver as nossas vidas sem
fermento, portanto, sem pecado ou corrupção. Isto é, não viver pecando. E isto
não é somente válido para os dias apontados por YHWH na semana dos pães asmos
como em todos os dias da nossa vida, após termos aceite O Ungido de YHWH como
nosso Salvador. Na realidade, ao rejeitarmos o pão levedado nesta semana
estamos a assumir um símbolo importante que o nosso Deus YHWH nos apontou:
deitarmos fora o fermento velho é renovar-mo-nos em Cristo, tornando-nos novas
criaturas (nascidas de novo) e, vivendo como Paulo nos ensina em Gálatas 2:20:
“Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim;
e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me
amou, e se entregou a si mesmo por mim”, vivendo assim pelo amor, pela fé e
pela obediência, pois aceitarmos Cristo implica uma transformação profunda nas
nossas vidas. Espiritualmente falando, o
fermento teve sempre um significado negativo (significa pecado, desobediência
às Leis do Senhor), pois é o pecado que faz levedar toda a massa – 1. Coríntios
5:7-8: “Alimpai-vos, pois, do fermento velho, para que sejais uma nova massa,
assim como estais sem fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado
por nós. Por isso façamos a festa, não com o fermento velho, nem com o fermento
da maldade e da malícia, mas com os ázimos da sinceridade e da verdade”. Na
primeira Páscoa, por falta de tempo, foi dito aos Israelitas que deveriam comer
os Pães Ázimos apressadamente e com prontidão. A massa deveria ser
imediatamente cozida pois qualquer demora daria início ao processo de
fermentação. O mesmo se aplica à Tora de YHWH. Obediência adiada traduz-se em
pecado do qual sabemos que a massa levedada é um símbolo. 9 Deitar fora o fermento velho significa também
tornar-mo-nos numa criatura regenerada pela Palavra e pelo Espírito do Senhor,
celebrando a nossa dependência no Senhor YHWH certos de que Ele nos proverá
todas as coisas. Tomar o pão ázimo na
celebração da Páscoa do Senhor assume-se como o tomar o “corpo de Cristo”,
corpo incontaminado, tal como Ele próprio refere nas Sagradas Escrituras quando
se chama a Si próprio “o pão da vida”, “o pão vivo”, “o maná do céu”. É, no
entanto, de salientar que muito embora os aspectos espirituais que se podem e
devem extrair de qualquer das Solenidades de YHWH e onde reside, na realidade,
a sua essência, os mandamentos em si incidem sobre o aspecto formal dos mesmos.
Não é, portanto, justificável que se defenda o incumprimento de um mandamento
pelo entendimento que se possa ter dos aspectos espirituais. O apóstolo Paulo
disse-nos a respeito das Solenidades que elas são sombras das coisas futuras
(Col.2:16-17) e que ninguém nos deve julgar pelo seu cumprimento. Isto é uma
clara defesa do cumprimento formal das mesmas pois só podemos entender a
realidade futura que elas representam se cumprirmos os aspectos formais (a que
ele chama sombras)3 . 5. A importância desta celebração nos nossos dias O
Senhor YHWH atribuiu uma importância tão grande a esta Sua solenidade (assinalese
que todas as solenidades instituídas por YHWH são igualmente importantes para o
crente), que determinou que o 1º e o 7º dias deste período fossem celebrados
como Sábados santos, anuais, como santas convocações – Êxodo 12:15-18: “Sete
dias comereis pães ázimos; ao primeiro dia tirareis o fermento das vossas
casas; porque qualquer que comer pão levedado, desde o primeiro até ao sétimo
dia, aquela alma será cortada de Israel. E ao primeiro dia haverá santa
convocação; também ao sétimo dia tereis santa convocação; nenhuma obra se fará
neles, senão o que cada alma houver de comer; isso somente aprontareis para
vós. Guardai pois a festa dos pães ázimos, porque naquele mesmo dia tirei
vossos exércitos da terra do Egito; pelo que guardareis a este dia nas vossas gerações
por estatuto perpétuo. No primeiro mês, aos catorze dias do mês, à tarde,
comereis pães ázimos até vinte e um do mês à tarde”. Apegando-nos à verdade e
ao ensino da Palavra de Deus podemos concluir que o não cumprimento desta
vontade de YHWH pode ter sérias consequências na vida de cada um. Cada um deve
pois meditar no seu coração acerca do peso destas palavras na sua vida
presente. 3 Curiosamente esta passagem é usada para defender exatamente o
contrário, que estas festas foram abolidas mas isso é o exacto oposto do que
ela diz. Mesmo a parte final deve ser traduzida “sombras das coisas futuras
para o corpo de Cristo” e não: “sombras das coisas futuras, mas o corpo é de
Cristo” 10 O Senhor vai mesmo mais além, instruindo-nos para que durante este
período de 7 dias não só não devemos comer pão levedado como não devemos comer
quaisquer outras massas levedadas, conforme nos diz nos vers. 19 e 20: “Por
sete dias não se ache nenhum fermento [SH’OR] nas vossas casas; porque qualquer
que comer pão4 levedado [CHAMETZ], aquela alma será cortada da congregação de
Israel, assim o estrangeiro como o natural da terra. Nenhuma coisa levedada
[CHAMETZ] comereis; em todas as vossas habitações comereis pães ázimos”. O
preceito de comermos pães asmos durante os 7 dias é também reiterado em
Levítico 23:6: “E aos quinze dias deste mês é a festa dos pães ázimos de YHWH;
sete dias comereis pães ázimos”, tal como em Números 28:17. E em Deuteronômio
16:3-4a diz também: “Nela não comerás levedado [CHAMETZ]; sete dias nela comerás
pães ázimos, pão de aflição (porquanto apressadamente saíste da terra do
Egito), para que te lembres do dia da tua saída da terra do Egito, todos os
dias da tua vida. Levedado [CHAMETZ] não aparecerá contigo por sete dias em
todos os teus termos”, e no vers. 16:8 diz-nos “seis dias comerás pães ázimos e
no sétimo dia é solenidade a YHWH teu Deus; nenhum trabalho fará”. Se, pois nos
consideramos parte da Israel de YHWH, então este preceito divino ainda hoje tem
validade nas nossas vidas, pois o seu significado irá permitir criar raízes
mais fortes entre nós e o nosso Deus, revelando o amor e respeito que temos
pela Sua Palavra e pelo Seu ensino. 6. As Primícias Sabem ainda que no decurso
desta semana é também celebrado o Dia das Primícias, dia em que o sacerdote
acenava o molho da cevada colhida nos campos, em oferta a YHWH e que apontava
para a aceitação do sacrifício do Cristo. Este dia marca o início da contagem
dos 50 dias para a celebração da festa que vinha a seguir no calendário divino
– a Festa de Pentecostes. Levítico 23:10-11: “Fala aos filhos de Israel, e
dize-lhes: Quando houverdes entrado na terra, que vos hei de dar, e fizerdes a
sua colheita, então trareis um molho das primícias da vossa sega ao sacerdote;
e ele moverá o molho perante o Senhor YHWH, para que sejais aceites; no dia
seguinte ao sábado5 o sacerdote o moverá” . 4 A palavra “pão” não se encontra
no texto original sendo uma liberdade do tradutor. O que lá está é somente
CHAMETZ que, conforme já vimos, significa apenas massa azeda, ou seja,
levedada. Essa massa tanto se pode aplicar a pão como a bolos, bolachas ou
quaisquer outros produtos feitos de massa levedada. 5 No dia seguinte ao Sábado
semanal que cai dentro da semana dos Asmos ou seja, sempre a um Domingo. Esta é
a posição dos Saduceus e, na opinião dos autores, o método empregue ao tempo do
Cristo e dos Apóstolos. O entendimento Farisaico que veio a vingar mais tarde e
prevalece até hoje considera este Sábado como sendo uma referência ao primeiro
Sábado Anual da semana dos Asmos, ou seja, dia 15 do Abib. 11 Assim, durante a
semana dos asmos não só se celebra a dádiva dos primeiros frutos da terra que o
Senhor dá ao Seu povo, as primícias do ano como celebraram Aquele Senhor que
voltará e que, por excelência, se constituiu como O primeiro entre muitos
irmãos que hão de herdar a vida eterna – 1. Coríntios 15:20, 23; Tiago 1:18, as
primícias de Deus, a igreja dos primogênitos. Ora a colheita começa no dia a
seguir ao Sábado semanal da semana dos Asmos. Tanto assim é que a oferta feita
no Templo nesse dia é descrita como “as primícias da vossa sega”. A passagem de
Deuteronômio 16:9 deixa bem claro também que é nesse dia que a colheita
oficialmente começa: “Sete semanas contarás; desde que a foice começar na seara
iniciarás a contar as sete semanas”. Esta passagem fala-nos do início da
contagem para o Pentecostes que começa precisamente com o início da colheita,
i.e. no dia seguinte ao primeiro Sábado semanal da semana dos Asmos. Levítico
23:15 identifica-nos o dia de início dessa contagem como o dia em que a oferta
é feita no Tempo: “Depois para vós contareis desde o dia seguinte ao sábado,
desde o dia em que trouxerdes o molho da oferta movida; sete semanas inteiras
serão”. Como tal, facilmente se deduz que a foice começa na seara no Domingo a
seguir ao Sábado que calha dentro da semana dos Asmos. O mesmo dia em que as
primícias dessa colheita eram oferecidas a YHWH no Templo. O povo não podia
comer da colheita sem que esta tivesse sido primeiro oferecido a YHWH, conforme
nos diz em Levítico 23:14: “E não comereis pão, nem trigo tostado, nem espigas
verdes, até aquele mesmo dia em que trouxerdes a oferta do vosso Deus; estatuto
perpétuo é por vossas gerações, em todas as vossas habitações”. A questão é:
que significado tem estas coisas para nós hoje? As primícias de tudo pertencem
sempre ao Senhor YHWH. A Ele eram e são dedicados os primogênitos de toda a
criatura e o Cristo era o Seu primogênito. “Mas de fato Cristo ressuscitou
dentre os mortos, e foi feito as primícias dos que dormem”, como nos diz em
1.Coríntios 15:20. Mateus 27:50-53: “E Jesus, clamando outra vez com grande
voz, rendeu o espírito. E eis que o véu do templo se rasgou em dois, de alto a
baixo; e tremeu a terra, e fenderam-se as pedras; e abriram-se os sepulcros, e muitos
corpos de 12 santos que dormiam foram ressuscitados; e, saindo dos sepulcros,
depois da ressurreição dele, entraram na cidade santa, e apareceram a muitos”.
João 12:24: “Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na
terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto”. Romanos 8:29:
“Porque os que dantes conheceu também os predestinou para serem conformes à
imagem de seu Filho, a fim de que ele seja o primogênito entre muitos irmãos”.
Não é por acaso que o sacrifício que se fazia neste dia era: Levítico 23:12: “E
no dia em que moverdes o molho, preparareis um cordeiro sem defeito, de um ano,
em holocausto a YHWH”. Podemos agora concluir, relembrando, que tanto a Páscoa
como a Semana dos Pães Asmos são comemorações santas (memoriais) instituídas
pelo próprio Deus nos dias por Ele determinados. Ele não só nos diz ainda hoje
em que dias devemos assinalar nas nossas vidas aqueles dias que Ele separou
para o Seu povo, como também nos diz na Sua Palavra de que forma o devemos fazer
para andarmos segundo a Sua vontade. Trata-se pois de um estatuto [khoquth]
divino que devemos guardar no nosso coração. Agora, retenhamos ainda que todo
este ensino tem muita importância para o nosso fortalecimento na Verdade e no
Espírito do Senhor. Não deixemos, pois que seja a carne (a nossa inclinação
para o pecado) a dominar-nos no entendimento desta Palavra de Salvação –
Romanos 8:5-7. Lembremos que o justo viverá pela fé na Palavra de Deus e que
não lhe basta ser somente ouvinte, mas fazedor de toda a Sua vontade.
Certamente muito ainda temos a aprender e a fortalecer-nos nestas solenidades
do Senhor, preparando os nossos corações até que Ele venha, pois Ele diz-nos
que as Suas solenidades são “sombras das coisas futuras”. Encaremos pois estas
verdades como ensino para as nossas vidas e, como nascidos de novo na novidade
do Espírito de Cristo em nós, e ponhamo-las em prática nas nossas vidas,
andando em humildade e sinceridade em todos os preceitos do Senhor.
O germinar do trigo. Antigo
nome cananeu do primeiro mês do ano sagrado dos hebreus, sendo o sétimo do
civil; foi no dia 15 desse mês que partiu do Egito o povo de israel (Êx 13.4).
Para comemorar esta libertação, foi à lua da Páscoa, mais tarde, considerada o
princípio do ano judaico (Êx 12.2). Depois do Exílio mudou-se o nome para nisã,
termo babilônico (março-abril).
PÁSCOA
Realizava-se no dia 14 do
primeiro mês, Nisã ou Abibe (Abril), a fim de comemorar o Êxodo do EGITO.
(LV 23:6; NM 9:5; JS 5:10; 2RS 23:22; 2CR
35:1; MT 26:17; LC 2:41; 22:15; HB
11:28).
DAR A DEUS
(EX 25:2; 35:5; NM 31:50; 2SM 8:10; 2SM 8:11; 1CR 29:9;
2CR 15:18; ED 8:28; PV 3:9; MQ 4:13).
PÃO ASMO
(GN 19:3; EX 12:8; 13:7; 23:15; 29:2; NM
6:15; 9:11; 28:17; DT 16:8; 1SM 28:24;
2RS 23:9; LC 22:7; 1CO 5:8).
16) GUARDARÁS a festa
da sega dos primeiros frutos e do
teu trabalho, que houveres semeado no campo, GUARDARÁS a festa
da colheita a saída do ano, quando
tiveres recolhido do campo os frutos do teu trabalho.
COMENTÁRIO
Primeiros frutos. É o PENTECOSTES, a festa das semanas, assim chamada por contar
sete semanas ou cinquenta dias, desde o começo dos produtos da terra até ao dia
da festa. (PENTECOSTES) é a transcrição do numeral grego que significa
(cinquenta). É a festa da gratidão por todos os benefícios de DEUS na vida
diária.
FESTA da colheita. É a festa dos tabernáculos, celebrada depois de
colher tudo aquilo que o ano produziu. NAQUELES dias todos viviam em tendas de
ramos e folhas, para lembrar-se do tempo, no deserto, quando DEUS supria tudo
sem a contribuição do esforço humano.
A festa de Pentecostes no
Antigo Testamento
No antigo calendário israelita estão relacionadas três festas (Ex
23.14-17; 34.18-23): a primeira é a Páscoa, celebrada junto à dos Ázimos ou
Asmos; a segunda é a Festa das Colheitas ou Semanas que, a partir do domínio
Grego, recebeu o nome de Pentecostes; finalmente, a festa dos Tabernáculos ou
Cabanas. As duas primeiras celebrações foram adotada
Pelo cristianismo, porém, a terceira foi relegada ao esquecimento.
Este estudo abordará a Festa das Colheitas ou Semanas, a partir de sua celebração no culto israelita. Seria extremamente exaustivo tentar abordar a origem dessa festa a partir dos cananeus, ou de outros povos do Antigo Oriente Médio. Todavia, é perfeitamente justo suspeitar que o costume de realizar a Festa das Colheitas pertencia aos cananeus. Há três razões que substanciam esta suspeita:
Este estudo abordará a Festa das Colheitas ou Semanas, a partir de sua celebração no culto israelita. Seria extremamente exaustivo tentar abordar a origem dessa festa a partir dos cananeus, ou de outros povos do Antigo Oriente Médio. Todavia, é perfeitamente justo suspeitar que o costume de realizar a Festa das Colheitas pertencia aos cananeus. Há três razões que substanciam esta suspeita:
Os agricultores sedentários cananeus
dominavam os férteis vales de Canaã quando os hebreus chegaram à Canaã;
1.
Originalmente, os hebreus ou israelitas
não eram agricultores, mas pastores de ovelhas, vivendo como seminômades nas
montanhas centrais e estepes localizadas nas periferias das ricas regiões
agrícolas de Canaã;
2.
Pouco a pouco, o povo israelita
veio tornar-se agricultor e sedentário.
No Antigo Testamento, a liturgia mais desenvolvida dessa festa encontra-se
em Lv 23.15-21. Porém, Dt 16.9-15 mostra uma outra liturgia que reflete um
diferente período e, consequentemente, um novo ambiente de celebração. Este
estudo tomará como base essas duas liturgias.
Do nome
Pentecostes não é o nome próprio da segunda festa do antigo calendário bíblico, no Antigo Testamento (Ex 23.14-17; 34.18-23). Originalmente, essa festa é referida com vários nomes:
Do nome
Pentecostes não é o nome próprio da segunda festa do antigo calendário bíblico, no Antigo Testamento (Ex 23.14-17; 34.18-23). Originalmente, essa festa é referida com vários nomes:
Festa da Colheita ou Sega - no hebraico
hag haqasir. Por se tratar de uma colheita de grãos, trigo e cevada, essa festa
ganhou esse segundo nome. Provavelmente, hag haqasir Festa da Colheita é o nome
original (Ex 23.16).
1.
Festa das Semanas - no hebraico, hag
xabu´ot. A razão desse nome está no período de duração dessa celebração: sete
semanas. O início da festa se dá, cinquenta dias depois da Páscoa, com a
colheita da cevada; o encerramento acontece com a colheita do trigo (Dt 34.22;
Nm 28.26; Dt 16.10).
2.
Dia das Primícias dos Frutos - no
hebraico yom habikurim. Este nome tem sua razão de ser na entrega de uma oferta
voluntária, a Deus, dos primeiros frutos da terra colhidos naquela sega (Nm
28.26). Provavelmente, a oferta das primícias acontecia em cada uma das três
tradicionais festas do antigo calendário bíblico. Na primeira, Páscoa,
entregava-se uma ovelha nascida naquele ano; na segunda, Colheita ou Semanas,
entregava-se uma porção dos primeiros grãos colhidos; e, finalmente, na
terceira festa, Tabernáculos ou Cabanas, o povo oferecia os primeiros frutos da
colheita de frutas, como uva, tâmara e figo, especialmente.
3.
Festa de Pentecostes. As razões deste
novo nome são várias: (a) nos últimos trezentos anos do período do Antigo
Testamento, os gregos assumiram o controle do mundo, impondo sua língua, que se
tornou muito popular entre os judeus. Os nomes hebraicos - hag haqasir e hag
xabu´ot - perderam as suas atualidades e foram substituídos pela denominação
Pentecostes, cujo significado é cinquenta dias depois (da Páscoa). Como o
Império Grego assumiu o controle do mundo, em 331 anos antes de Jesus, é
provável que o nome Pentecostes ganhou popularidade a partir desse período.
Vale a pena uma observação. Além da Festa da Colheita ou Semanas hag haqasir ou hag xavu´ot, o antigo calendário israelita apontava uma terceira festa que acontecia no período do Outono, isto é, nos meses de setembro e outubro. Na verdade, essa festa era também da colheita, porém, sega das frutas, especialmente, uva, figo e tâmara. A Bíblia Hebraica tem dois nomes para essa festa: Festa dos Tabernáculos ou Cabanas hag hasucot e Festa da Colheita hag ha`asip (a palavra asip colheita vem do verbo asap que significa colher e reunir).
Da cerimônia
Enquanto a Páscoa era uma festa caseira, Colheita ou Semanas ou Pentecostes era uma celebração agrícola, originalmente, realizada na roça, no lugar onde se cultivava o trigo e a cevada, entre outros produtos agrícolas. Posteriormente, essa celebração foi levada para os lugares de culto, particularmente, o Templo de Jerusalém. Os muitos relatos bíblicos não revelam, com clareza, a ordem do culto, mas é possível levantar alguns passos dessa liturgia:
1.
a cerimônia começava quando a foice era
lançada contra as espigas (Dt 16.9). É bom lembrar que deveria ser respeitada a
recomendação do direito de respigar dos pobres e estrangeiros (Lv 23.22; Dt
16.11);
2.
a cerimônia prosseguia com a
peregrinação para o local de culto (Ex 23.17);
3.
o terceiro momento da festa era a
reunião de todo o povo trabalhador com suas famílias, amigos e os estrangeiros
(Dt 16.11). Essa cerimônia era chamada de "Santa Convocação" (Lv
23.21). Ninguém poderia trabalhar durante aqueles dias, pois eram considerados
um período de solene alegria e ação de graças pela proteção e cuidado de Deus
(Lv 23.21);
4.
no local da cerimônia, o feixe de trigo
ou cevada era apresentado como oferta a Deus, o Doador da terra e a Fonte de
todo bem (Lv 23.11).
5.
Os celebrantes alimentavam-se de parte
das ofertas trazidas pelos agricultores;
6.
As sete semanas de festa incluíam
outros objetivos, além da ação de graças pelos dons da terra: reforçar a
memória da libertação da escravidão no Egito e o cuidado com a obediência aos
estatutos divinos (Dt 16.12).
Observação: Era ilegal usufruir da nova produção da roça, antes do
cerimonial da Festa das Colheitas (Lv 23.14).
Características da celebração
Características da celebração
1.
A Festa das Colheitas era alegre
e solene (Dt 16.11);
2.
A celebração era dedicada
exclusivamente a Javé (Dt 16.10);
3.
Era uma festa ecumênica, aberta para
todos os produtores e seus famíliares, os pobres, os levitas e os estrangeiros
(Dt 16.11). Enfim, todo o povo apresentava-se diante de Deus. Reconhecia-se e
afirmava-se o compromisso de fraternidade e a responsabilidade de promover os
laços comunitários, além do povo hebreu;
4.
Agradecia a Deus pelo dom da
terra e pelos estatutos divinos (Dt 15.12);
5.
Era uma "Santa Convocação".
Ninguém trabalhava (Lv 23.21);
6.
Era celebrado o ciclo da vida,
reconhecendo que a Palavra de Deus estava na origem da vida " da semente
" da árvore " do fruto " do alimento " da vida...
Observação: A Festa da Colheita não
celebra um mito, mas a ação de Deus que cria e sustenta a vida do mundo criado.
Principais motivos da Festa das Colheitas
A Festa das Colheitas (Cabanas ou Pentecostes) não era uma cerimônia neutra, isto é, os celebrantes não se reuniam para um simples lazer ou diversão. Toda a cerimônia buscava reafirmar e aprofundar o sentido da fé em Javé, o Deus Criador e Libertador.
Aprender a fraternidade
Ao ler todas as reportagens sobre a Festa das Colheitas (Semanas ou Pentecostes) é possível captar partes da cerimônia e, conseqüentemente, sua legislação. Um dos detalhes marcantes dessa "Santa Convocação" é o fortalecimento da fraternidade entre os trabalhadores do campo, incluindo a população israelita, os servos e estrangeiros.
Aprender a ter compromisso com Deus e com a comunidade
Ao celebrar a festa, toda a comunidade aprendia a ser responsável para com a vontade de Deus e com o próximo - não somente com os irmãos de sangue e fé. O ritual da festa ensinava, pedagogicamente, que Deus é o Criador e Sustentador das leis que regem o mundo. Ele fez uma distribuição comunitária da terra e manda a chuva para hebreus e gentios, bons e maus, homens e mulheres, jovens e crianças. O ritual da festa entendia que o grande problema da humanidade é a falta de amor uns para com os outros.
Aprender a repartir os dons
Primitivamente, o povo bíblico convivia com as leis divinas de modo feliz, sem lhe causar sofrimento. Por exemplo, a festa das Colheitas ensinou a comunidade de trabalhadores do campo que se deveria entregar o excedente de sua produção agrícola para Javé, a fim de que essa oferta seja compartilhada com os menos favorecidos (Lv 25.6-7, 21-22). A pedagogia dessa lei possui uma profunda sabedoria, pois ela tem como alvo educar o povo dentro dos princípios da solidariedade e igualdade social.
Aprender a agradecer
Ao agradecer a Deus pelo dom da terra - para morar, plantar e alimentar dos frutos produzidos nela - o povo descobria os mistérios da graça divina. Ser grato pela "terra que mana leite e mel", pela cevada, trigo e outros grãos que sustentam vida representam uma alegria de enormes proporções. Além da terra, os celebrantes eram ensinados a agradecer a Deus pela instrução que disciplina e ordena a vida comunitária.
Conclusão
A Festa da Colheita ou Semanas tomou o nome de Festa de Pentecostes, a partir do Período Grego (fim do século IV antes de Cristo em diante).
Todas as festas, ao longo da história do povo bíblico, sofreram metamorfoses. São modificações e adaptações, perfeitamente normais, sofridas ao longo da história, sem, contudo, perderem as colunas principais de sua estrutura de sustentação. Por exemplo, na formação cultural de Israel ocorreram metamorfoses que se refletem no nome. Assim:
... Hebreu » israelita » judeu » judeu da diáspora...
Com a Festa da Colheita ou Semanas, também, ocorreram transformações significativas:
... Festa da Colheita » Festa das Semanas » Festa de Pentecostes.
A troca do nome da festa
Originalmente, a festa recebeu o nome "Festa da Colheita", porque se tratava de uma cerimônia que girava em torno de uma sega de grãos, após o período de formação e maturação. O nome "Festa das Semanas" também faz sentido, porque ele diz respeito às sete semanas de duração da festa quando se processava a colheita de trigo e cevada.
Como parte da forte influência exercida pela cultura grega sobre os judeus, a partir do século IV, antes de Cristo, o nome "pentecostes" - cujo significado é "cinquenta dias depois" - foi usado para substituir o nome da Festa das Colheitas ou Festa das Semanas. O livro Atos dos Apóstolos usa o nome Pentecostes (At 2.1).
Da natureza e do local da festa
Originalmente, a festa das Colheitas era agrícola. Era uma reunião de agricultores que se prolongava por sete semanas. O longo tempo de duração da festa e o nome "colheita" sugerem que os agricultores reuniam-se, originalmente, para uma sega em mutirão. Como na época dessa celebração (maio/junho) não há chuva, em Israel, os celebrantes, que moravam longe do local da colheita, se abrigavam em tendas.
Contudo, o livro de Deuteronômio apresenta duas novidades à festa: a memória da libertação do Egito e a recomendação de estudar os estatutos (a Torá de Javé) durante as sete semanas de festa. Além disso, ele fornece outra informação: o nome da festa para o livro de Deuteronômio é Semanas e o local é o templo de Jerusalém (16.9-12). A centralização das festas foi parte da política reformista do reinado de Josias (640-609 a.C.).
Quanto ao relato do livro Atos dos Apóstolos, o nome da festa é Pentecostes e o local é a cidade de Jerusalém, não especificando se a reunião foi realizada no Templo ou próxima a ele. Quanto ao número de pessoas presentes à festa, é possível crer que os relatos de Levítico (23.15-22) e Deuteronômio (16.9-12) sugerem um limite máximo de pessoas bem inferior ao número indicado no livro de Atos dos Apóstolos (2.1-13).
A "ecumenicidade" da festa
Basicamente, a festa, tanto no período do Antigo Testamento como no Novo Testamento, era cosmopolita, isto é, ela reunia pessoas de todas as raças e condições sociais (conforme Dt 16.11 e At 2.1-13). O que varia entre os dois relatos é a quantidade de pessoas presentes no evento: o relato de Atos dos Apóstolos fala que uma multidão estava reunida em Jerusalém, enquanto que o relato de Deuteronômio refere-se a uma presença bem menor.
A fraternidade da festa
A fraternidade era estimulada, entre os agricultores, na Festa das Colheitas, conforme os textos de Levítico e Deuteronômio. Contudo, essa fraternidade é descrita, em sua plenitude, na reunião reportada no livro de Atos dos Apóstolos, através da palavra grega koinonia comunhão (At 2.42-47). Essa comunhão entre os trabalhadores do campo, na prática, forma o mutirão para colher o trigo pronto para a ceifa.
O estudo da Bíblia na festa
Quando mais necessitava de uma disciplina comunitária, a festa das Colheitas, ou Semanas, agregou a prática de estudar a Tora (Pentateuco). No relato de Atos dos Apóstolos, há uma ausência de informação sobre o estudo da Torá.
Jerusalém como local da festa
Tudo leva a crer que, originalmente, a Festa das Colheitas, ou Semanas, era realizada na roça, particularmente, no campo de trigo. No projeto de reforma, empreendido pelo rei Josias, no século VII a.C., todas as festas foram levadas para o Templo em Jerusalém. Por que Jerusalém?
Jerusalém é a sede do governo, a capital política e espiritual;
Jerusalém é uma cidade que possui uma carga fortíssima de tradição (Sl 48);
Jerusalém encarna-se todas as contradições e conflitos;
Jerusalém é o centro de todas as tensões da vida judaica:
em Jerusalém, sente-se amor dentro da condição de ódio;
em Jerusalém, nasce a esperança em meio ao desespero;
em Jerusalém, o povo acredita que se dará a plenitude da vida;
No Novo Testamento, o sentido de Jerusalém atinge o sentido universal.
Assim, A escolha da cidade de Jerusalém, para celebrar a Festa das Colheitas, não é arbitrária.
Ensinando a importância da terra
Terra é uma palavra muito significativa na Bíblia, particularmente no Antigo Testamento (AT). Há duas importantes palavras hebraicas para terra: a primeira é adamah terra, solo, chão. Originalmente, Adamah carregava o sentido de "solo vermelho", arável e cultivável. Conforme o livro de Gênesis - "... Javé Eloim modelou o 'Adam ser humano com o pó da 'adamah terra" (2.7) -o ser humano possui uma estreita relação com a terra. Essa ligação fica mais íntima quando se pensa no alimento. O alimento, como gerador da vida, tem a ver diretamente com o trabalho de o Adam ser humano e a fertilidade do adamah terra. Por isso entre o ser humano e a terra não poderá acontecer violência. Tanto o 'Adam ser humano como a' adamah terra são posses de Javé, e ambos estão sob o cuidado dEle (Gn 2.6). A segunda palavra hebraica para terra é eres, um substantivo feminino que ocorre 2.500 vezes, no A.T. Seu significado é amplo: (a) no sentido cósmico, eres possui o significado de terra em oposição ao céu, o mar e a água (SI 89.11); (b) no sentido físico, eres carrega o significado de solo, sobre o qual o ser humano vive, planta e colhe os frutos (Dt 26.9); (c) no sentido geográfico, eres designa determinadas regiões e zonas (Jr 16.13); (d) no sentido político, eres indica a soberania de determinados clãs, tribos, estados e povos (Is 9.1) e, por fim, (e) o sentido teológico, quando eres é definida como posse de Deus (Lv 25.23). Como uma propriedade divina (Os 9.3), a terra espera de seu usuário uma forte disciplina e uma profunda espiritualidade. Para tanto, a violência contra a terra é considerada uma desobediência a Javé (Jr 2.7).
Resumindo
Pentecostes é uma festa adotada pelo Cristianismo ao Judaísmo. Em primeiro lugar, a palavra festa (hag, no hebraico) significa fazer um círculo. Isso revela o sentido primitivo de festa, isto é, uma reunião comunitária (Êx 5.1). Nela, o povo celebrante reunia, especialmente, para estudar os textos sagrados que, mais tarde, viriam a ser a Bíblia. Em segundo lugar, o nome Pentecostes vem da língua Grega e significa cinquenta dias depois, a saber, da festa da Páscoa. Originalmente, esta festa possuía três nomes hebraicos: festa das Semanas, festa das Colheitas ou Dia das Primícias. Estes três nomes revelam um pouco do conteúdo da festa: era agrícola e situada no período das colheitas. A troca de nome para Pentecostes deu-se a partir do período grego (333-63 anos antes de Cristo), quando a Grécia dominou culturalmente o mundo. O mais primitivo motivo desta festa foi gratidão a Deus pelo dom da terra. Posteriormente, o povo bíblico incorporou o motivo de gratidão pela doação da Torá (450 anos antes de Cristo). A Torá é a instrução divina por excelência, contida no Pentateuco (cinco primeiros livros da Bíblia). Provavelmente, a festa de Pentecostes, descrita em Atos dos Apóstolos 2, celebrava a doação da Torá. Os salmos 19 e 119 mostram que a manifestação do Espírito Santo está diretamente relacionada ao estudo da Torá.
Principais motivos da Festa das Colheitas
A Festa das Colheitas (Cabanas ou Pentecostes) não era uma cerimônia neutra, isto é, os celebrantes não se reuniam para um simples lazer ou diversão. Toda a cerimônia buscava reafirmar e aprofundar o sentido da fé em Javé, o Deus Criador e Libertador.
Aprender a fraternidade
Ao ler todas as reportagens sobre a Festa das Colheitas (Semanas ou Pentecostes) é possível captar partes da cerimônia e, conseqüentemente, sua legislação. Um dos detalhes marcantes dessa "Santa Convocação" é o fortalecimento da fraternidade entre os trabalhadores do campo, incluindo a população israelita, os servos e estrangeiros.
Aprender a ter compromisso com Deus e com a comunidade
Ao celebrar a festa, toda a comunidade aprendia a ser responsável para com a vontade de Deus e com o próximo - não somente com os irmãos de sangue e fé. O ritual da festa ensinava, pedagogicamente, que Deus é o Criador e Sustentador das leis que regem o mundo. Ele fez uma distribuição comunitária da terra e manda a chuva para hebreus e gentios, bons e maus, homens e mulheres, jovens e crianças. O ritual da festa entendia que o grande problema da humanidade é a falta de amor uns para com os outros.
Aprender a repartir os dons
Primitivamente, o povo bíblico convivia com as leis divinas de modo feliz, sem lhe causar sofrimento. Por exemplo, a festa das Colheitas ensinou a comunidade de trabalhadores do campo que se deveria entregar o excedente de sua produção agrícola para Javé, a fim de que essa oferta seja compartilhada com os menos favorecidos (Lv 25.6-7, 21-22). A pedagogia dessa lei possui uma profunda sabedoria, pois ela tem como alvo educar o povo dentro dos princípios da solidariedade e igualdade social.
Aprender a agradecer
Ao agradecer a Deus pelo dom da terra - para morar, plantar e alimentar dos frutos produzidos nela - o povo descobria os mistérios da graça divina. Ser grato pela "terra que mana leite e mel", pela cevada, trigo e outros grãos que sustentam vida representam uma alegria de enormes proporções. Além da terra, os celebrantes eram ensinados a agradecer a Deus pela instrução que disciplina e ordena a vida comunitária.
Conclusão
A Festa da Colheita ou Semanas tomou o nome de Festa de Pentecostes, a partir do Período Grego (fim do século IV antes de Cristo em diante).
Todas as festas, ao longo da história do povo bíblico, sofreram metamorfoses. São modificações e adaptações, perfeitamente normais, sofridas ao longo da história, sem, contudo, perderem as colunas principais de sua estrutura de sustentação. Por exemplo, na formação cultural de Israel ocorreram metamorfoses que se refletem no nome. Assim:
... Hebreu » israelita » judeu » judeu da diáspora...
Com a Festa da Colheita ou Semanas, também, ocorreram transformações significativas:
... Festa da Colheita » Festa das Semanas » Festa de Pentecostes.
A troca do nome da festa
Originalmente, a festa recebeu o nome "Festa da Colheita", porque se tratava de uma cerimônia que girava em torno de uma sega de grãos, após o período de formação e maturação. O nome "Festa das Semanas" também faz sentido, porque ele diz respeito às sete semanas de duração da festa quando se processava a colheita de trigo e cevada.
Como parte da forte influência exercida pela cultura grega sobre os judeus, a partir do século IV, antes de Cristo, o nome "pentecostes" - cujo significado é "cinquenta dias depois" - foi usado para substituir o nome da Festa das Colheitas ou Festa das Semanas. O livro Atos dos Apóstolos usa o nome Pentecostes (At 2.1).
Da natureza e do local da festa
Originalmente, a festa das Colheitas era agrícola. Era uma reunião de agricultores que se prolongava por sete semanas. O longo tempo de duração da festa e o nome "colheita" sugerem que os agricultores reuniam-se, originalmente, para uma sega em mutirão. Como na época dessa celebração (maio/junho) não há chuva, em Israel, os celebrantes, que moravam longe do local da colheita, se abrigavam em tendas.
Contudo, o livro de Deuteronômio apresenta duas novidades à festa: a memória da libertação do Egito e a recomendação de estudar os estatutos (a Torá de Javé) durante as sete semanas de festa. Além disso, ele fornece outra informação: o nome da festa para o livro de Deuteronômio é Semanas e o local é o templo de Jerusalém (16.9-12). A centralização das festas foi parte da política reformista do reinado de Josias (640-609 a.C.).
Quanto ao relato do livro Atos dos Apóstolos, o nome da festa é Pentecostes e o local é a cidade de Jerusalém, não especificando se a reunião foi realizada no Templo ou próxima a ele. Quanto ao número de pessoas presentes à festa, é possível crer que os relatos de Levítico (23.15-22) e Deuteronômio (16.9-12) sugerem um limite máximo de pessoas bem inferior ao número indicado no livro de Atos dos Apóstolos (2.1-13).
A "ecumenicidade" da festa
Basicamente, a festa, tanto no período do Antigo Testamento como no Novo Testamento, era cosmopolita, isto é, ela reunia pessoas de todas as raças e condições sociais (conforme Dt 16.11 e At 2.1-13). O que varia entre os dois relatos é a quantidade de pessoas presentes no evento: o relato de Atos dos Apóstolos fala que uma multidão estava reunida em Jerusalém, enquanto que o relato de Deuteronômio refere-se a uma presença bem menor.
A fraternidade da festa
A fraternidade era estimulada, entre os agricultores, na Festa das Colheitas, conforme os textos de Levítico e Deuteronômio. Contudo, essa fraternidade é descrita, em sua plenitude, na reunião reportada no livro de Atos dos Apóstolos, através da palavra grega koinonia comunhão (At 2.42-47). Essa comunhão entre os trabalhadores do campo, na prática, forma o mutirão para colher o trigo pronto para a ceifa.
O estudo da Bíblia na festa
Quando mais necessitava de uma disciplina comunitária, a festa das Colheitas, ou Semanas, agregou a prática de estudar a Tora (Pentateuco). No relato de Atos dos Apóstolos, há uma ausência de informação sobre o estudo da Torá.
Jerusalém como local da festa
Tudo leva a crer que, originalmente, a Festa das Colheitas, ou Semanas, era realizada na roça, particularmente, no campo de trigo. No projeto de reforma, empreendido pelo rei Josias, no século VII a.C., todas as festas foram levadas para o Templo em Jerusalém. Por que Jerusalém?
Jerusalém é a sede do governo, a capital política e espiritual;
Jerusalém é uma cidade que possui uma carga fortíssima de tradição (Sl 48);
Jerusalém encarna-se todas as contradições e conflitos;
Jerusalém é o centro de todas as tensões da vida judaica:
em Jerusalém, sente-se amor dentro da condição de ódio;
em Jerusalém, nasce a esperança em meio ao desespero;
em Jerusalém, o povo acredita que se dará a plenitude da vida;
No Novo Testamento, o sentido de Jerusalém atinge o sentido universal.
Assim, A escolha da cidade de Jerusalém, para celebrar a Festa das Colheitas, não é arbitrária.
Ensinando a importância da terra
Terra é uma palavra muito significativa na Bíblia, particularmente no Antigo Testamento (AT). Há duas importantes palavras hebraicas para terra: a primeira é adamah terra, solo, chão. Originalmente, Adamah carregava o sentido de "solo vermelho", arável e cultivável. Conforme o livro de Gênesis - "... Javé Eloim modelou o 'Adam ser humano com o pó da 'adamah terra" (2.7) -o ser humano possui uma estreita relação com a terra. Essa ligação fica mais íntima quando se pensa no alimento. O alimento, como gerador da vida, tem a ver diretamente com o trabalho de o Adam ser humano e a fertilidade do adamah terra. Por isso entre o ser humano e a terra não poderá acontecer violência. Tanto o 'Adam ser humano como a' adamah terra são posses de Javé, e ambos estão sob o cuidado dEle (Gn 2.6). A segunda palavra hebraica para terra é eres, um substantivo feminino que ocorre 2.500 vezes, no A.T. Seu significado é amplo: (a) no sentido cósmico, eres possui o significado de terra em oposição ao céu, o mar e a água (SI 89.11); (b) no sentido físico, eres carrega o significado de solo, sobre o qual o ser humano vive, planta e colhe os frutos (Dt 26.9); (c) no sentido geográfico, eres designa determinadas regiões e zonas (Jr 16.13); (d) no sentido político, eres indica a soberania de determinados clãs, tribos, estados e povos (Is 9.1) e, por fim, (e) o sentido teológico, quando eres é definida como posse de Deus (Lv 25.23). Como uma propriedade divina (Os 9.3), a terra espera de seu usuário uma forte disciplina e uma profunda espiritualidade. Para tanto, a violência contra a terra é considerada uma desobediência a Javé (Jr 2.7).
Resumindo
Pentecostes é uma festa adotada pelo Cristianismo ao Judaísmo. Em primeiro lugar, a palavra festa (hag, no hebraico) significa fazer um círculo. Isso revela o sentido primitivo de festa, isto é, uma reunião comunitária (Êx 5.1). Nela, o povo celebrante reunia, especialmente, para estudar os textos sagrados que, mais tarde, viriam a ser a Bíblia. Em segundo lugar, o nome Pentecostes vem da língua Grega e significa cinquenta dias depois, a saber, da festa da Páscoa. Originalmente, esta festa possuía três nomes hebraicos: festa das Semanas, festa das Colheitas ou Dia das Primícias. Estes três nomes revelam um pouco do conteúdo da festa: era agrícola e situada no período das colheitas. A troca de nome para Pentecostes deu-se a partir do período grego (333-63 anos antes de Cristo), quando a Grécia dominou culturalmente o mundo. O mais primitivo motivo desta festa foi gratidão a Deus pelo dom da terra. Posteriormente, o povo bíblico incorporou o motivo de gratidão pela doação da Torá (450 anos antes de Cristo). A Torá é a instrução divina por excelência, contida no Pentateuco (cinco primeiros livros da Bíblia). Provavelmente, a festa de Pentecostes, descrita em Atos dos Apóstolos 2, celebrava a doação da Torá. Os salmos 19 e 119 mostram que a manifestação do Espírito Santo está diretamente relacionada ao estudo da Torá.
CEIFAR
(GN 8:22;
EX 23:16; LV 19:9; DT 24:19; RT 1:22; 1SM 12:17; 2SM 21:9; PV 10:5; 26:1).
PENTECOSTES
OU festa das semanas, realizava-se ao
fim da sega do trigo, ou dia 6 do terceiro mês, SIVÃ (junho), para comemorar a entrega da lei:
(EX
23:16; 34:22; LV 23:16; NM 28:26; DT 16:10; AT 2:1).
TABERNÁCULO
OU convocação, realizava-se de 15 a 22
do sétimo mês, (Tisri), ou (Etanim) (outubro), como ação de graças pela
colheita o povo habitava em tendas a fim de comemorar a vida no deserto:
(LV
23:34,39; NM 29:12; DT16:13; 2CR 8:13; ED 3:4; NE 8:14; ZC 14:16; JO 7:2).
17) TRÊS vezes no
ano todos os teus homens aparecerão diante do SENHOR DEUS.
ADORAÇÃO de DEUS
Ordenada:
(DT 26:10; 2RS
17:36; 1CR 16:29; SL 29:2; 95:6; 96:9; 99:5; ZC 14:17; MT 4:10; JO 4:24; AP
14:7; 15:4; 19:10; 22:9).
CASA de DEUS
Frequência a casa de DEUS, motivos:
MANDAMENTO divino
(DT 12:5; 16:16).
BÊNÇÃOS
pronunciadas (SL 84:4; 122:4).
REFÚGIO em tempos
de dificuldades (IS 37:1; 37:14).
LUGAR de instrução
(MQ 4:2).
CONSOLO na velhice
(LC 2:36-37).
EXEMPLO de CRISTO
(LC 4:16; 18:10).
EXEMPLOS dos
apóstolos (LC 24:52-53; JO 7:14; AT 2:46; 3:1).
18) NÃO oferecerás
o sangue do meu sacrifício com pão levedado, nem ficará da noite para a manhã a
gordura da minha festa.
FERMENTO
(EX 12:15,19; LV
2:11; DT 16:4; MT 13:33; 16:6; LC 13:21; GL 5:9).
Cuidado
com o Fermento!
À procura da verdade, no
meio da confusão religiosa do Brasil.
"Vede e acautelai-vos do
fermento dos fariseus e dos saduceus" (Mateus 16:6). Quando Jesus ofereceu estas palavras de advertência
aos Seus apóstolos, ele se apoiou em milhares de anos de significado simbólico
da palavra "fermento". Quando entendemos o uso deste termo na Bíblia,
podemos ver algumas aplicações da sua advertência, que é importante para nossos
esforços ao servir o Senhor.
O Fermento do Erro
Os usos simbólicos da palavra
"fermento", na Bíblia, são geralmente negativos. O fermento frequentemente
representou o mal e o erro. Podemos traçar no Velho Testamento o
desenvolvimento destes significados da palavra "fermento". O uso do
fermento era proibido durante a Páscoa, à festa em que os israelitas
comemoravam a libertação da nação judaica da servidão egípcia (Êxodo 12:15). De
fato, os israelitas não tinham permissão para incluir fermento nos sacrifícios
feitos a Deus. Em Levítico 2:11, Deus disse: "Nenhuma
oferta de manjares, que fizerdes ao Senhor, se fará com fermento; porque de
nenhum fermento, e de mel nenhum queimareis por oferta ao Senhor."
Baseando-se
nesta tradição de que o fermento representava alguma coisa má, impura e
inaceitável por Deus, Jesus e Paulo se referiram às falsas doutrinas como
fermento. Jesus advertiu contra o fermento o falso ensinamento dos fariseus e
dos saduceus (Mateus 16:12). Paulo disse que aqueles que tentavam persuadir os
cristãos a voltarem à pratica da lei de Moisés espalhavam o fermento (Gálatas
5:4-9).O fermento também representava a influência corruptora da imoralidade. Paulo se referiu ao problema da imoralidade sexual entre os cristãos de corinto em termos duros e perguntou: "Não sabeis que um pouco de fermento leveda a massa toda?" (1 Coríntios 5:6). Deixada sem correção, a ação do fermento da imoralidade pode se espalhar e corromper a congregação inteira.
Sacrifícios Sem Fermento
Exatamente como os filhos de Deus no Velho
Testamento tinham que oferecer sacrifícios ázimos (isto é, sem fermento) e
puros, hoje Deus espera que nossos sacrifícios espirituais sejam livres de
impurezas. Para ajudar-nos a apreciar este fato, Deus nos deu o exemplo do
sacrifício perfeito e sem pecado oferecido por seu Filho. Os cristãos de hoje
celebram a Ceia do Senhor com pão asmo, porque este foi o que Jesus usou na
comunhão-modelo com seus apóstolos. Quando consideramos o simbolismo do
fermento, fica aparente que nenhum outro tipo de pão poder ser satisfatório.
Cristo foi nosso sacrifício ázimo, sem pecado (1 Coríntios 5:7-8). Temos que
imitá-lo e também sermos verdadeiramente sem fermento (1 Coríntios 5:7). Uma
igreja que é sem fermento e pura não permite imoralidade ou falso ensinamento
(1 Coríntios 5:9-13).
A Importância de Ser Moralmente Sem Fermento
Nossa sociedade é, infelizmente, cheia do
fermento de imoralidade. A desonestidade, a cobiça e a sensualidade têm
corrompido as vidas de inúmeras pessoas e ameaçam cada um de nós, todos os
dias. Os jornais estão cheios de relatos da corrupção no Governo. As revistas e
os filmes tiram lucro da exploração do pecado sexual. Jesus nos chama para
sermos luzes e para mudar este mundo escuro e corrompido (Mateus 5:14-16).
Porém,
muitos que afirmam estarem seguindo Jesus estão ignorando esta determinação.
Enquanto proclamam estão se atualizando com um mundo em mudança, algumas
igrejas vão aprovando certas práticas claramente condenáveis, como o adultério
(Lucas 16:18) e o comportamento homossexual (Romanos 1:26-27; 1 Coríntios
6:9-11). Onde Jesus exigia santidade, estas igrejas modernas a substituem por
uma atitude tolerante que aceita, o câncer mortal do pecado e encoraja a morte
espiritual eterna (Romanos 6:23). O fermento está agindo, corrompendo os
justos.
O Fermento do Erro
A Importância de Ser Doutrinariamente sem
Fermento O evangelho que Jesus revelou (através do trabalho do Espírito Santo),
para guiar seus seguidores, era pura. Agora, depois de dois mil anos, ainda
podemos apreciar a pureza e a simplicidade da doutrina que ele revelou no Novo
Testamento. Mas muitas pessoas não se contentam em aderir a esta verdade pura e
não fermentada. Séculos depois do trabalho de Jesus na terra, os homens
começaram a misturar o evangelho com outros elementos, criando uma ímpia
mistura de doutrinas corruptas. A palavra "sincretismo" descreve esta
tentativa de misturar ideias que são contraditórias.
O
desenvolvimento do catolicismo na Ásia e na Europa ilustra esta tendência perigosa.
Quando o catolicismo se tornou a religião oficial do Império Romano ficou mais
fácil incorporar as falsas religiões à "nova" fé do que converter
verdadeiramente os adoradores de ídolos. Uma ilustração clara deste fermento
doutrinário ocorreu no ano 432. Em um concílio, em Éfeso, representantes de
várias igrejas determinaram declarar que Maria era a Mãe de Deus. Nessa cidade,
conhecida por sua adoração de uma divindade feminina, Maria foi
"elevada" por um concílio humano a ser conhecida como a Mãe de Deus.
Em vez de enfrentar diretamente o pecado de adorar Diana (como Paulo havia
feito quatro séculos antes, veja Atos 19:26-29), este concílio adotou a
adoração a Diana na prática da igreja, disfarçada de veneração a Maria. Com o
passar do tempo, esta exaltação a Maria levou ao desenvolvimento de um completo
sistema de crenças sobre a mãe de Jesus, sem qualquer fundamento bíblico. O
fermento da falsa doutrina estava se espalhando.O ambiente religioso do Brasil ilustra esta mesmo tendência. A crença religiosa de muitos brasileiros é uma mistura de catolicismo, superstições tribais de índios nativos e ideias religiosas trazidas da África. Muitos dos "santos" honrados hoje nada mais são do que falsos deuses, aos quais foram dados nomes católicos e incorporados em um sistema confuso onde a distinção entre verdade e erro está apagada.
Nas décadas passadas, mais fermento foi espalhado por várias igrejas protestantes. Uma nação mundialmente conhecida pelo seu espiritismo tem muitas pessoas que acreditam em experiências subjetivas e rejeitam a ideia de que Deus revelou um padrão absoluto de verdade. O amplo crescimento do pentecostalismo é desenvolvido, parcialmente, sobre esta confusão. Supostos milagres ("trabalhos!") feitos pelos maus espíritos são substituídos pelos milagres que se dizem operados pelos pregadores. Satanás aparentemente cede seu lugar ao Espírito Santo, mas o que acontece mesmo é a expansão das doutrinas contraditórias. No Novo Testamento, o Espírito Santo deu poder a homens santos para realizarem maravilhosos milagres e confirmar a verdade do evangelho falado. Hoje em dia, dúzias de igrejas que ensinam doutrinas conflitantes dizem estar manifestando os sinais do céu! Paulo disse que devemos rejeitar tais novas e contraditórias mensagens e contentar-nos com as mensagens já reveladas 1900 anos atrás! Ele advertiu os Gálatas: "Assim, como já dissemos, e agora repito, se alguém vos prega evangelho que vá além daquele que recebestes, seja anátema" (Gálatas 1:9). É uma triste ironia que o Espírito da Verdade (João 14:17) tenha sido transformado no autor da confusão e da incerteza. O fermento do falso ensinamento continua se espalhando.
O Que Devemos Fazer?
O entendimento desta tendência humana para corromper o que é bom e
justo, nos auxiliará a encontrar nosso caminho na travessia da confusão dos
erros humanos, e chegar à verdade revelada por Deus. “Em cada encruzilhada
temos que insistir na resposta à pergunta que Jesus fez aos chefes religiosos
espalhadores do fermento, no seu tempo: ”. . . do céu ou dos homens?" (veja Mateus 21:25). “Com este teste,
poderemos seguir a inspirada determinação de Paulo: ”. . . julgai todas
as cousas, retende o que é bom; abstende-vos de toda a forma de mal" (1 Tessalonicenses 5:21-22). O
fermento humano tem que ser rejeitado, quando nós seguimos "o caminho, a verdade e a
vida" (João 14:6).
GORDURA
(EX 23:18; 29:13; LV 1:8; 3:4; 4:8; 7:3; 8:16; 10:15; 17:6; 1SM
2:16; IS 43:24).
GORDURA
Era proibido comer certas porções da gordura
dos animais que tinham sido oferecidos em sacrifício, visto como, sendo a
gordura a parte mais rica do animal, pertencia ao Senhor (Lv 3.3, 9, 16, 17 –
7.3, 23). Outras partes da gordura de animais sacrificados e a gordura de
outros animais, a não ser que eles tivessem morrido de doença ou houvessem sido
despedaçados pelas feras, podiam ser comidas (Lv 7.24). Os hebreus apreciavam
muito as carnes gordas (1 Rs 4.23 – Jr 46.21 – Lc 15.23).
19) AS primícias dos primeiros frutos da tua
terra trarás a casa do SENHOR teu DEUS.NÃO cozerás o cabrito no leite da sua mãe.
COMENTÁRIO
Leite. A gula humana não pode suprir a compaixão.
DEUS tem autoridade param nos dar SUAS LEIS,
pois ELE criou o mundo e nos tirou da escravidão (EX 20:2). Mas, a autoridade, de
DEUS sempre acrescenta SUA graça e SEU amor no fim dessas instruções legais que
DEUS deu a MOISÉS, vem a promessa da companhia de um anjo para garantir a
herança prometida.A este anjo deve se obediência (EX 23:22), é preciso ser SEU discípulo
(EX 23;21) e a condição para permanecer nessa bênção é a fidelidade integral a
DEUS e o afastamento total da idolatria (EX 23:24).ESTA relação concede saúde
ao homem (EX 23:25-26).CORAGEM sobre-humana (EX 23:27), intervenção divina e
nossa ajuda (EX 23:28) e sua providência que faz todas as coisas concorrerem em
benefício do servo de DEUS (EX 23:29-30), tudo lhe proporcionando (EX 23:31). ESTA descrição é aplicável àquilo
que JESUS CRISTO faz para os homens. SE a rocha da água (EX 17:6), era CRISTO
(1CO 10:4), é muito mais claro que o anjo de DEUS seja CRISTO também.
V.D DAR a DEUS.
PROPRIEDADE
DIVINA
As primícias
exigidas:
(
EX 22:29; LV 2:12; NM 18:12; DT 18:4;
26:2; NE 10:35; PV 3:9; RM 11:16; 16:5;
1CO 15:20; TG 1:18).
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